domingo, 3 de novembro de 2013

Capítulo 4 - Sem querer querendo

O dia passou depressa, rápido até demais, na opinião de Valentina. Eram cinco da tarde quando Bárbara tocou a campainha.
- Oi Babi! Chegou cedo!
- É, resolvi vir um pouco antes para conversarmos um pouco. Essa semana foi corrida né? Nem nos falamos direito.
- Foi mesmo! Ainda mais porque tínhamos que estudar para a prova de segunda, e eu planejando a festa de amanhã...
- Pois é! E aí, alguma novidade, Val?
Valentina hesitou um pouco, mas acabou resolvendo contar a Bárbara o que acontecera na casa de Guilherme. Não aguentava mais guardar aquilo para si mesma, precisava desabafar com alguém. E ninguém melhor para fazer isso, do que uma de suas melhores amigas.
- Val, eu entendi bem? Você e o Guilherme quase se beijaram??
- Isso mesmo Babi. Foi por isso que eu chamei você para ir ao cinema com a gente hoje. Para que não haja nenhuma possibilidade de aquele "clima" rolar de novo.
- Mas se rolasse, o que tem demais? Ele tem namorada?
- Ele tava saindo com uma garota, mas nada de mais. O problema é que o Gui é meu melhor amigo, quase um irmão! Praticamente crescemos juntos!
- Mas isso seria até bom para a relação, por que vocês já se conhecem bem! Se esse rolo dele não tiver ido para frente, claro.
- Eu sei Babi, mas eu tenho medo de estragar a nossa amizade se não der certo! Além disso eu não sinto nada por ele nesse sentido...
- Não mesmo? Fala a verdade Val!
- Eu não sentia antes de rolar o "quase-beijo"... Mas agora eu não tenho certeza...
- Ah, deixa rolar então amiga! Pode ser melhor do que você imagina!
- Mas pode não ser Babi...
Nessa hora a campainha tocou novamente. Já eram seis horas e Guilherme havia chegado. As duas então interromperam a conversa e foram para o cinema. Assistiram a um filme que acabara de estrear e todos se divertiram muito. Na saída, Valentina não teve como evitar ficar sozinha com Guilherme, pois a casa de Bárbara era do lado oposto às deles, que eram vizinhos. Ela bem que tentou convencer a amiga a acompanhá-los. Chamou-a em particular e disse:
- Babi, por favor vem com a gente! Não quero ficar sozinha com ele!
- Não entendo você Val! Como pode não querer um gato desses! Você não me disse que ele era tão bonito! Além disso se eu for vou chegar em casa muito tarde. Vai lá garota!
- Babi!
- Tchauzinho!
Bárbara foi embora e Valentina se viu a sós com o amigo. Ficou tensa o tempo todo, sem saber o que poderia acontecer.
- Está entregue - disse Guilherme quando chegaram à frente do prédio de Valentina
- Obrigada Gui. Escuta... Você ficou chateado por eu ter convidado a Babi?
- Por que ficaria?
- É que eu nem te avisei.
- Imagina, gostei de conhecer sua amiga. Ela é bem simpática.
- Que bom. Então a gente se vê domingo, já que amanhã é o dia da minha festa do pijama.
- Claro!
Ele então se inclinou para dar um beijo na bochecha de Valentina, mas ela sem querer virou o rosto para o lado errado e o beijo saiu na boca. Eles então se olharam por alguns segundos, sem dizer nada, e se beijaram de novo. Mas dessa vez foi um beijão, daqueles de cinema. E Guilherme beijava bem, na verdade muito bem. Aquele foi o melhor beijo da vida de Valentina. Mas logo que terminou ela se arrependeu.
- Gui, desculpa! Não sei o que houve, isso não devia ter acontecido...
- Não Val, eu é que...
- Não vamos mais falar sobre isso tá? Preciso subir, tchau Gui.
- Tudo bem... Tchau...
Valentina foi embora apressada e confusa. Não quis falar sobre o beijo, mas não conseguiu parar de pensar nele a noite toda. Será que ela devia admitir que sentia algo mais por Guilherme, ou seria melhor esquecer aquilo e ficar só na amizade?

CONTINUA...

sábado, 26 de outubro de 2013

Capítulo 3 - O sonho

Os dias se passavam e Valentina não conseguia tirar da cabeça o que acontecera na cozinha de Guilherme no começo da semana. Ainda não havia comentado nada com Bárbara e Joana, pois não queria mais tocar no assunto, estava decidida a esquecer aquilo de vez. Afinal, era seu melhor amigo, e além disso, ele também nunca disse nada sobre o ocorrido. Resolveu se concentrar então na festa do pijama que se aproximava. Passou horas planejando os detalhes. Já era tarde da noite quando recebeu uma ligação:
- Alô?
- Oi Val! Tá fazendo o quê?
- Gui? O que houve? Você nunca me liga a essa hora...
- Não gostou? Estou te incomodando? - brincou Guilherme
- Não é nada disso bobo! Só estranhei. Aconteceu alguma coisa?
- Eu só queria te convidar pra ir ao cinema amanhã. Vai estrear um filme ótimo! O que você acha?
- Não sei... Ainda tenho que revisar algumas coisas para a prova...
- A gente estudou a semana toda! Amanhã é sexta-feira, vamos nos divertir um pouco!
- Tudo bem, no final da tarde, pode ser?
- Combinado! Passo aí na sua casa às seis tá?
- Te espero. Até amanhã.
- Até!
Valentina desligou o telefone sem saber se deveria ter aceitado o convite. Tinha medo de o clima ficar "estranho" de novo, mas ao mesmo tempo, adorava estar com Guilherme, eles se divertiam muito juntos. Resolveu então que seria bom ir ao cinema com amigo, então guardou as coisas da festa e foi dormir. Durante a noite, teve um sonho bom e estranho ao mesmo tempo. Ela estava no cinema com Guilherme, assistindo a uma comédia romântica. Até aí tudo bem, mas de repente ele segurava a mão dela delicadamente. Eles então olhavam um para outro sorrindo, e aproximavam-se até se beijarem. Valentina acordou assustada e confusa. "O que está acontecendo comigo?" pensava ela. Pensou em cancelar o programa com o amigo, mas não queria magoá-lo, então resolveu chamar as meninas para irem junto, assim evitaria o clima indesejado. Além disso, já fazia algum tempo que ela vinha prometendo apresentar as duas a Guilherme. Chegou ao colégio e foi direto falar com elas:
- Oi meninas! Vamos ao cinema hoje?
- Eu não posso Val - disse Joana - Tenho um encontro com meu gato amanhã e vou fazer as unhas hoje.
- Eu topo. Vamos ser só nós duas então, Val. - Animou-se Bárbara
- Na verdade, o Gui vai também, Babi.
- Jura? Finalmente vou conhecer o famoso Guilherme! Você vai mesmo perder isso Jô? - Provocou Bárbara
- Fica pra próxima gente... Desculpa Val!
- Não tem problema Jô! Babi, chega lá em casa umas cinco e meia ok?
- Já tô lá! - brincou
As três riram e depois foram para a aula. Valentina estava aliviada por Bárbara ir também, assim não ficaria totalmente sozinha com Guilherme. Ainda mais depois daquele sonho... O que queria dizer? Será que era uma previsão do futuro?

CONTINUA...

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Capítulo 2 - O quase-beijo

Valentina chegou à casa de Guilherme já com o livro e o caderno nas mãos, afinal, o dia da prova estava se aproximando e ela não queria perder tempo. Cumprimentou o amigo e começou falar sobre a matéria, mas foi interrompida pelo garoto:
- Peraí Val! Desacelera um pouco! Pra que toda essa pressa?
- Você sabe muito bem que minha prova de história é semana que vem Gui!
- Eu sei, mas antes de começarmos a estudar, que tal tomarmos um sorvete, para relaxar um pouco? Está fazendo tanto calor...
- Você tocou no meu ponto fraco agora senhor Guilherme - Brincou Valentina - Sabe que eu não resisto a um sorvete né? Mas não podemos demorar.
- Tudo bem, mas vou avisando que comprei o seu sabor preferido: Chocolate Belga!
- Desse jeito eu vou virar uma baleia! É isso que você quer?
- Eu adoraria ter ver gordinha! - Debochou Guilherme
Os dois caíram na risada e foram para a cozinha. Conversaram e riram bastante enquanto tomavam o sorvete e de repente, Valentina percebeu que Guilherme estava se inclinando na sua direção.
- O que foi? - Perguntou ela
- É que tem um pouco de sorvete bem aqui - disse ele pegando um guardanapo e passando suavemente em sua bochecha.
A essa altura os rostos dos dois já estavam bem próximos, e Valentina começou a observar o quanto os olhos verdes de Guilherme eram bonitos. Ela começou a reparar em todo o seu rosto: o nariz, a boca, e então retornou para os olhos. Percebeu então, pela primeira vez, que ele era bem atraente: além do olhar, que a essa altura a havia hipnotizado, possuía cabelo loiro e cacheado, um nariz bonito, além de um sorriso incrível. O rapaz também olhava para ela, os dois se aproximavam cada vez mais. Começou a rolar um clima diferente entre os dois amigos, mas quando Guilherme apoiou o braço sobre a bancada para colocar o guardanapo, esbarrou no pote de sorvete, que caiu e espalhou o conteúdo por todo o chão. Eles então se afastaram com o susto, limparam a sujeira e voltaram a conversar como se nada tivesse acontecido. 
Mas enquanto estudavam, Valentina não parava de pensar que quase beijara o melhor amigo. Como aquilo aconteceu? 
"Isso é loucura!" - pensava ela - "A gente se conhece desde criança, somos praticamente como irmãos! Se rolasse alguma coisa seria muito estranho, poderia até estragar nossa amizade! É melhor deixar pra lá..."
Mas duas perguntas não saíam da cabeça de Valentina. Será que Guilherme sentia algo mais por ela e estava escondendo todo esse tempo? E por que agora ela estava olhando para ele de um modo diferente?

CONTINUA...

domingo, 7 de julho de 2013

Capítulo 1 - Amizade

A vida de Valentina, uma típica garota de 16 anos, sempre foi marcada pelo número 12. Ela nascera no dia 12/12, às 12h, morava no prédio 512 no apartamento número 12 e por fim, aos 12 anos conhecera seu vizinho e melhor amigo, Guilherme. Mas esse não era seu número da sorte, aliás, pelo contrário, já que no dia dos namorados, ela sempre estava sozinha. Não que ela nunca tivesse gostado de nenhum garoto, mas nunca dava certo, talvez por ela não ter encontrado a pessoa certa. Então, como faltavam menos de duas semanas para o dia 12 de junho, ela decidiu convidar suas amigas, Bárbara e Joana, para uma festa do pijama, já que as três estavam solteiras. Porém, teve uma surpresa quando encontrou as meninas depois da aula:
- Babi e Jô, vocês estão intimadas a comparecer à minha festa do pijama no dia 12!
- Mas tem que ser no dia 12, Val?
- Lógico Jô! - esbravejou Bárabara
- Vamos passar o dia dos namorados comemorando nossa solteirice lembra? - Valentina estranhou a reação da amiga
- É que eu posso não estar mais solteira... - Disse Joana meio sem jeito
- O quê?! VOCÊ tá namorando?! - Valentina e Bárbara estavam surpresas. Joana era morena, alta, com corpo de modelo e muito bonita, mas nunca havia namorado. Pretendentes não faltavam, mas ela era do tipo que só ficava com os garotos, seus relacionamentos não chegavam a durar uma semana.
- Não... Eu conheci um carinha outro dia, no aniversário daquela minha prima que eu fui no final de semana lembram? Mas a gente tá só ficando.
- Ah Jô, mas a festa é só no dia 12, até lá você já terminou com ele! Né não Babi?
- Pelo que a gente conhece da nossa amiga, com certeza!
- Pára gente! - Joana estava ficando sem graça - Dessa vez é diferente, eu gosto mesmo dele. A gente vai sair na sexta e eu acho que ele vai me pedir em namoro.
- Nooosa então é sério hein? - Zoou Bárbara. As três caíram na risada.
- Tudo bem então, eu e a Babi vamos fazer a festa mesmo assim, qualquer coisa você aparece lá.
- Ok, mas não contem com isso. - Gabou-se Joana
- Mudando de assunto, fala pra gente Jô, como ele é?- Quis saber Bárbara
- É, qual o nome dele? - Perguntou Valentina
- Calma gente, eu nem tô namorando o cara ainda, se der tudo certo, eu apresento ele para vocês ok?
- Gente o papo tá bom, mas eu preciso ir. Marquei de estudar com o Gui. Ele vai me ajudar com história.
- Estudar? Sei... - Provocou Joana
- Só se for "química"! - Ajudou Bárbara
- Ai gente eu já falei que não rola nada! Eu e o Guilherme somos amigos desde crianças, seria estranho! Deixa eu ir, até amanhã gente.
Guilherme era um ano mais velho que Valentina, então sempre a ajudava nas matérias em que ela tinha dificuldades. Os dois viraram grandes amigos desde o momento em que se conheceram e não desgrudavam. É claro que Valentina tinha seus momentos de menina com Babi e Jô, e Guilherme tinha seus programas de garoto com os amigos, mas eles estavam juntos sempre que podiam e se divertiam muito um com o outro. Mas naquela noite algo novo aconteceria entre eles.

CONTINUA...